domingo, 9 de outubro de 2016

Todorov e sua formação pelos clássicos da literatura



Meditações GT: Literatura, leitura e imaginário
Parágrafos iniciais da brilhante obra “Literatura em perigo”, em que Tzvetan Todorov salienta a importância da leitura dos clássicos da Literatura Universal para a sua formação como cidadão e como professor:

“Por mais longe que remontem minhas lembranças, sempre me vejo cercado de livros. Como meus pais eram ambos bibliotecários, havia sempre muitos livros em minha casa. Meu pai e minha mãe viviam às voltas o planejamento de novas estantes para absorver todos os novos volumes; enquanto isso, os livros se acumulavam nos quartos e corredores, formando pilhas frágeis em meio às quais eu devia me esgueirar. Logo aprendi a ler e comecei a devorar os textos clássicos adaptados para jovens, ‘As Mil e Uma Noites’, os contos dos irmãos Grimm e de Andersen, ‘Tom Sawyer’, ‘Oliver Twist’ e ‘Os Miseráveis’. Um dia, aos oito anos, li um romance inteiro; devo ter ficado muito orgulhoso com o fato, pois escrevi em meu diário: "Hoje, li Sobre os do Meu Avô, livro de 223 páginas, em uma hora e meia!"
Durante o primário e o ginásio, continuei a venerar a leitura. Entrar no universo dos escritores, clássicos ou contemporâneos, búlgaros ou estrangeiros, cujos textos passei a ler em versão integral, causava-me sempre um frêmito de prazer: eu podia satisfazer minha curiosidade, viver aventuras, experimentar temores e alegrias, sem me submeter às frustrações que espreitavam minhas relações os garotos e garotas da minha idade e do meu meio social. Não sabia o que queria fazer da minha vida, mas estava certo de que teria a ver a literatura”.
(Todorov, 2009, p. 15).

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